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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Esperança

Ainda que eu fique muito vidrada nas arvores, 

Ainda que o mundo desabe, 

Restam as sementes,

Talvez frutifique, 

talvez ramifique.


De olhos fechados são plenas, 

de galhos em galhos são fortes, 

nem mais um passo pequeno, 

nem um solavanco empena. 



E de verde em amarelo, 

de amarelo pra vermelho, 

há folhas que caem, 

há brotos que saem. 

Não há vento que abale, 

não há tormenta que se instale, 

e o que for pra ser, será. ✨🍀 

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Desejos à Você

Queria ver seus olhos acordados aos meus,

Enquanto uma pastilha pudesse enraizar,

aquelas memórias ainda refletidas,

nos sonhos que ainda estão por vir.


Nos entrelaçamos ao som do violão,

você afaga os cabelos meus,

ao som do mar, o farfalhar dos gaviões,

eu te protejo nas minhas mãos,

pequena e forte, grande menina.


O seu olhar entrega poesia.

Beijos que sonhei um dia. 

sábado, 31 de outubro de 2020

Tranquei teu coração em Cordel

Desde quando te vi, 

me encantei com seu sorriso banguela, 

singelo estava lá, 

magrelo, só o pinguelo. 

Quando lhe abracei, meus joelhos tremeram, 

peguei na sua costela, 

misera, seca que nem pau de seriguela. 


Seus olhinhos pedantes, 

dava pra amassar que nem ameixa, 

dois botões.


Queria eu enxugar suas lagrimas,

queria eu te riscar de giz, 

abraçar seu nariz, te escalpelar ate a raiz. 


Safado, sem vergonha!

Mariposa quando voa, 

sabe que tem formiga na pamonha. 


Me belisquei mais uma vez pra ter certeza que vc tinha sumido da minha frente, 

abestado!!!. 


Bem resolvida eu estava quando te conheci, 

hoje meu desejo é atrevido, 

querendo te deixar desmilinguido. 

Aturdido, meu menino. 


Seja forte, seja breve, 

vou lhe usar ate que sua mão fique leve.  


Abusado, apague seus antepassados, 

se concentre aqui, agora, 

maldita hora que te conheci. 

Queria eu voltar no tempo, 

queria eu estar brisado, 

descompensado, 

cair no esquecimento, 

pra lá de cansado desse casamento, furado.


Bendita hora que te encontrei,

queria você me arrebatar, 

queria você desanuviar meus pensamentos, 

nefastos, abastados estavam de toda essa maldição, 

sem nenhum calção você me deixou, 

zarpou com minha conta bancária, fiquei com essa cara de otária,

e quem sou eu pra te pedir perdão, eu que sempre fui afim de um canastrão!. 


Também pudera, nós sempre fomos fãs da Nova Era!. 

Ela que dizia: "New day shines, fallen angels will arise

Nova Era brings the ashes back to life"


Desde quando tu achou que era a minha fênix, 

pra ressurgir das cinzas, quando tu era de uma pedra ônix bem fuleira. 

Maldita, eu que era uma pistoleira, na rua só de pilantragem, quando tive a oportunidade de acabar com a tua raça, 

Eis que você me enlaça, e PEEEEIIII!!!!!

Minha coleira... 

Arregacei. 

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Nós somos abençoados

Hoje levei uma facada em meu peito, 

dessas que o sangue sai sem sair, 

dessas que fere sem arder, 

só lagrima, a escorrer. 


Quando cobramos de alguém algo que não sabemos que temos, 

Quando um pai não da amor na mesma proporção que imaginamos,

Quando os filmes não retratam nossas realidades, 

Quando não sentimos o abraço de um pai ou uma mãe, 

É quando deveríamos parar de cobrar deles, o que nós poderíamos fazer por nós,

por eles. 


E hoje, após quase 2 anos, eu parei e pensei em duas coisas:

1- Sempre acusei meu pai da falta de amor, sempre achei que falta de carinho fosse tudo, e ao mesmo tempo nada, o nada comparado aos outros que tem demais e não dão valor, e o tudo pelo amor em nosso planeta ser o complemento da vida.

2- E a cobrança de tudo o que eu sentia, eu cobrar o que um pai deveria sentir ou não por uma filha ou por uma família, quando eu mesma não sentia ou mesmo não o fazia. 

Relembrando as últimas horas que tive com o meu pai, semi-lúcido indo abraçar à morte no hospital, foi a primeira vez que eu o abracei, não um abraço normal, mas o sustento para leva-lo até a maca. Um abraço irônico de tantos outros que eu nunca recebi dentro de casa. 

E uma frase conflitante sempre me vem à cabeça, desde que a li: 

Não se dá amor, quem não tem. 


Como é possível pais ou filhos não compartilharem do mesmo sentimento em Terra?

Pode existir uma pessoa incapaz de dar ou mesmo receber amor?. 

Eu por anos cobrei, mas eu mesma poderia ter sentado, conversado, tentado entender, e eu mesma cobrei por cobrar, e neguei quaisquer sentimentos mesmo pós vida, engoli mesmo minha frustração por não ter 1% do que eu via nas novelas, uma distorção da realidade que possivelmente viraram distúrbios, causaram quebras nas relações afetivas, desacreditando em minha própria capacidade muitas vezes, são como feridas abertas.

Não é um texto para sentir pena, é apenas um vácuo sentimental, falta de um sentimento tão nobre. Conheço pessoas, pelas quais tentaram uma aproximação, porém foram rejeitadas por tentarem compartilhar afeto aos seus familiares mesmo que não o tenha recebido, mas dentro delas mesmo apesar da dureza floresceram rosas. 

E anos mais tarde, muitos de nós, de certo viramos reflexos de relações incompletas, atraímos inúmeros padrões de repetição, centenas de cacos refletindo ausências. São anos de catarse dissolvendo os danos causados tanto por pais inconscientes quanto por nós mesmos. 



terça-feira, 22 de setembro de 2020

Carta para Alguém

Ela é forte , é grande,
mas de uma doçura gigante. 

Ela tem ternura em seu olhar, mas sua fala transmite medo, referencia de um passado distante, que a fez mudar seus sentidos. Venceu obstáculos, hoje transpassa tranquilidade. 

Enxerga através do ser, vê bondade aonde ninguém vê, e simplesmente é de verdade. 

Ela sorri sincera, brinca de Cinderela, e mesmo que não demonstre nada, nada  mais é do que uma nobre donzela. 

Ela sorri pros animais e encanta cavalos. 

Demonstra uma alma intuitiva e jovial. 

Aonde toca tudo vira ouro, tem poder e força em suas palavras, virtudes que transcendem sua essencia. 

Ela é grata e sincera, jamais titubeia, sonha alto, projeta e constrói, forte, e sábia, reconstrói. 

Dona de si mesma, rebelde no passado. 

Hoje é digna de tamanho conhecimento, sabe o que quer, decidida é. 

Ela é próspera, sensata, amiga e sensível, diante de tudo o que lhe passou antes, acredita no amor, embora com um zilhão de filtros, ele virá um dia, forte e arrebatador, como há muito tempo não sentia. Será próspero, intenso como as correntes dos oceanos, como o vento sudoeste que paira nas montanhas, ele irá de vir e pousará mais uma vez,  mesmo que sua mente diga não, ela é dona de um grande coração.



quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Afetos e Caos

E de uma forma sutil eu instaurei o caos, 

E dentro de mim eu não pensava em amor, seguia indolor. 


Enviei letras de afeto sem querer demonstrar apego,

mas no fundo tudo o que eu queria era controverso, inverso. 


De um modo sem jeito e torto, 

Brinquei com suas emoções,

Sambei em nossas afeições.

E no ouvir calado, nos saberes do passado, 

Eu ouvi suas verdades, e fiz delas as minhas. 


Num andar desconexo, 

Fiz de você meu harém,

Sem olhar aquém, me despi. 

Despi de carências. 

Eu me entreguei numa conversa, num papo suave.

Despretensiosamente, você se abriu. 

Retirou as amarras.

E a pérola que havia dentro da ostra, se fez iluminar.

Era o sabor do mar,

Era o prazer de estar em paz.


Apenas observar, se fazer presente. 


As fortalezas desmancharam.

As máscaras caíram. 

Os medos desataram nós, em nós.  

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Somos muitos e somos todos um

Como é possível desabrocharmos mostrando a nós mesmos e nos guardando pra sempre.
E abrimos nossos corações e nos fechamos à ermo.

Somos o mistério mas também somos o segredo.
Somos pétalas mas também somos espinhos.
Somos a nova era e também somos destruição.
Somos feras e também somos donzelas.
O sol nos levanta e também nos derruba.
O calor nos acalenta e as vezes mal nos sustenta.
Uivando o despertar, o balanço dos girassóis, o caule fixo protege fluidos,
a energia caudalosa que abre e fecha, mostra o que há de mais belo,
abrem as cores da nova estação.
Sao pétalas, são parte de nossas existências,
sem exibição sem impressionismo, são reais e autênticas.

Somos o encaixe e o desenlace de um quebra-cabeças,
somos peças de um tabuleiro.
Somos rosas, somos o segredo amassado,
somos as ruínas,
os ossos a serem escavados,
somos a poeira dos imperadores,
somos o núcleo a ser invadido,
a pérola a ser encontrada,
o diamante a ser dilapidado.
Somos a corrente incessante,
o ciclo que não se fecha, o vento continuo.