Em pensar que tudo começa e nasce na terra.
A terra que se planta, é a mesma que pisamos, crescemos e nos transformamos,
nos reinventamos todos os dias, com chuva, na seca, brotamos novos, caímos velhos, enraizamos famílias, compartilhamos significados, existências.
O sapato que a gente calça; Conforto esse que se esconde numa marca, numa reafirmação de quem somos, ou não.
O mesmo pé descalço caminha num chão de terra batida, por entre pedras, sente as nuances da terra, a areia nos dedos, a firmeza no tato, o desengonçar. É o mesmo que transcende Nike, sandálias, plataformas, distorcem e se contorcem num simples caminhar.
O caminhar torto e desequilibrado de uma criança que aprende a andar. Com ganas de ganhar o mundo, sem pressa, observador, caminha.
O mesmo chão que rasga, abre, emburaca, navalha, se cobre e invade. É o mesmo que se ama, se perde, implora e se sente.