Cortei o cabelo, as pessoas passaram a olhar para mim com outros olhos..
Se deixa o cabelo comprido, é evangélica.
Se raspa é skinhead.
Se usa moicano, é revoltado.
Se usa rastafári, é hippie.
Se pinta colorido, é rebelde.
Se corta curto, é lésbica.
A Sociedade que dá e castra!
Se expõe uma opinião, é critica.
Se gosta de surf, é maconheira.
Se usa óculos, é Nerd.
Se é alienada, é inculta.
Se está no app, está desesperada.
Se está solteira, é encalhada.
Se deseja muito algo, é sonhadora.
Se duvida de algo, é negativa.
Se é calma demais, é passiva.
Se é ativa demais, é obsessiva.
Se é trabalhadora, é workaholic.
Se dá amor, é possessiva.
Se dá amor de menos, é frigida.
Se foge do amor, é freira.
Se viaja muito, é aventureira.
Se reclama, é rabugenta.
Se não quer casar, é incompreensiva.
Se não quer ter filhos, é anormal.
Se quer adquirir uma nova consciência, é revolucionaria.
Se quer conhecer alguém do mesmo sexo, é curiosa.
Se toma a frente em diferentes causas, é ativista.
Se chora, está deprimida.
Se ri demais, é retardada.
Se ri de menos, é séria.
Se gosta de pessoas mais velhas, é interesseira.
Se gosta de jovens, é papa anjo.
Se é simpática, é fácil.
Se nao sai de casa, é hermitão.
Se tem, é rico.
Se não tem, é pobre.
Se é rico, é esnobe.
Se é pobre, é miserável.
Rótulos fiéis à imagem que tudo vê e tudo critica...
..Mente egoica, inconsciente e repetitiva.
Pensamentos ínfimos, argumentos vagos, identificações ilusórias..
Saia da Bolha, por favor!!!
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sábado, 21 de outubro de 2017
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Solta como um pássaro
A moça atrás de mim voava pela primeira vez, não era asa delta nem balão, ela estava num avião, pequeno e leve. Quando o avião começou a ganhar velocidade para sair do chão, a menina soltou um gritinho de pânico.. nota-se, era o primeiro vôo da vida dela!.
Se encantou com as nuvens, com a altura e com o céu tão pertinho.
Tá até agora grudada na janela como aquela menininha encantada pela bola de sorvete a ser devorada pela primeira vez.
Os olhos brilhando de surpresa vidrados naquela paisagem quase surreal, entre céu e mar, sonho e devaneio. Quisera ser um pássaro naquele instante e para sempre voar e nunca mais voltar.
Passado o mar, a mesma menina-mulher, abre um largo sorriso e diz mesmo que está amando estar presenciando as nuvens-carneiros, as montanhas recortadas, um rio que passou, as cidades lá em baixo.
E ela pergunta:
- Por que o comandante não informa as cidades por onde estamos passando?, a quantos pés estamos?, ...
E a menininha sonha alto, ela quer mais, ela compara o avião ao carro, a turbulência à uma pedra no caminho..
E ela suspira a cada momento de felicidade, diferentemente de tantos que voam todos os dias e que já se esqueceram da surpresa, já nem sentem mais os solavancos, das casinhas em miniaturas, da pseudo maquete da vida real.
E por fim, o avião pousa.. e a janela já não chama mais atenção. Mas a menina está dentro dela, e a mulher acorda pra realidade com aquele brilho no olhar e aquele sorriso largo de quem foi feliz de verdade por 30 minutos como se fosse um pássaro enfim pela primeira vez.
Se encantou com as nuvens, com a altura e com o céu tão pertinho.
Tá até agora grudada na janela como aquela menininha encantada pela bola de sorvete a ser devorada pela primeira vez.
Os olhos brilhando de surpresa vidrados naquela paisagem quase surreal, entre céu e mar, sonho e devaneio. Quisera ser um pássaro naquele instante e para sempre voar e nunca mais voltar.
Passado o mar, a mesma menina-mulher, abre um largo sorriso e diz mesmo que está amando estar presenciando as nuvens-carneiros, as montanhas recortadas, um rio que passou, as cidades lá em baixo.
E ela pergunta:
- Por que o comandante não informa as cidades por onde estamos passando?, a quantos pés estamos?, ...
E a menininha sonha alto, ela quer mais, ela compara o avião ao carro, a turbulência à uma pedra no caminho..
E ela suspira a cada momento de felicidade, diferentemente de tantos que voam todos os dias e que já se esqueceram da surpresa, já nem sentem mais os solavancos, das casinhas em miniaturas, da pseudo maquete da vida real.
E por fim, o avião pousa.. e a janela já não chama mais atenção. Mas a menina está dentro dela, e a mulher acorda pra realidade com aquele brilho no olhar e aquele sorriso largo de quem foi feliz de verdade por 30 minutos como se fosse um pássaro enfim pela primeira vez.
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