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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Enxergando a dor e a rejeição

Já parou para pensar que ninguém é gordo por que quer?

Ultimamente estou olhando pessoas verdadeiramente como livros que devemos folhear um a um com calma e respeito. 

Sabe, sempre tive medo de olhar nos olhos de outras pessoas, mas lá bem no fundo, porque achava que estaria entrando no fundo de sua alma, e não era bem isso que eu estava buscando, eu queria apenas me manter na superfície. 

De uns meses para cá comecei a entrar na história do outro, ou seja, esse mergulho profundo dentro de seus olhos, que revelam muito, e pouco do que imaginamos se ficarmos apenas na aparência física. 

E da onde vem o gordo? 

Parando para pensar, desde quando fomos gerados na barriga de nossas mães, enquanto elas vivem um dos momentos mais bonitos de gerar um ser dentro dela, muitos sentimentos e emoções afloram, tanto da própria mãe, quanto as atitudes do pai deste bebê pode ter influencia em sentimentos para com esta mãe e por consequência este bebê, assim desencadeando em inúmeros problemas e situações mais adianta na vida dessa criança que está para nascer. 

Sentimentos como rejeição e abandono são apenas as pontas do iceberg. 

Somente listando esses 2 pontos, já da para ter a ideia, do que é uma criança já se sentir rejeitada desde a barriga, e o quanto a sua vida pode mudar desde então. Estudos já revelaram, que os sentimentos da mãe passam para o bebê durante a gestação, e o bebê sente como se fossem os seus próprios sentimentos. Ou seja, se a mãe se sentiu rejeitada, o bebê passa a se sentir rejeitado como se fosse a dor dele, e nada mais é do que a dor da própria mãe. Esse bebê cresce se sentindo rejeitado, não amado, passa a mais adiante sentir amor justamente por pessoas que rejeitam o amor dele, por revolver esse sentimento de ser rejeitado, se torna uma espécie de prazer inconsciente, um sentimento que foi por tantas vezes repetido em seu inconsciente. 

Por vezes esse bebê que virou um adulto cai em padrões de repetição, muito além de não se sentir amado, ele passa a ter prazer em pessoas que rejeitam seus sentimentos, ele se sente fraco, muitas vezes se vitimiza por situações que ele não enxerga como oportunidades de se desenvolver, ele vê tudo como desafio, obstáculos para o seu crescimento, se vê paralisado, desprotegido, e não consegue enxergar que ele é o seu próprio herói, é ele quem vai poder vencer seus próprios medos e obter sucesso na vida. Ele tenta se proteger de forma bem ilusória, e vê na comida a sua "salvação", vê na comida uma tentativa de fuga daquela realidade que o coloca sempre e cada vez mais num buraco sem fundo, a comida lhe dá prazer, ainda que momentaneamente. E isso não necessariamente, pode ser sobre comida, pode se tornar em vários tipos de vícios: jogos, sexo, pornografia, drogas, atividades em excesso, etc. 

Esse adulto busca um alívio para a sua rejeição sentida lá atrás, e segue a vida num ciclo repetitivo de padrões que ele viveu no passado, e foi parar em seu subconsciente, que poucas pessoas assim vão ter a coragem de buscar ajuda e entender o porque que tantas situações acontecem de forma desajustada. Por exemplo: por que não aparecem pessoas legais na minha vida? por que meus colegas de equipe são tóxicos? por que estou num emprego que não me dá prazer? por que todas as pessoas com as quais me relaciono me traem? por que sigo repetindo ciclos de dor? 

A rejeição daquela criança não curada se perpetua em vários aspectos ao longo da vida, seja em família, no trabalho, em círculo de amigos ou no próprio corpo. 

A sensação de incapacidade diante da vida, em muitas vezes não querer se relacionar com outras pessoas, seja ele se tornando gordo ou magro, antissocial, esquisito, negativo, esse texto não é sobre gordos! 

É sobre uma rejeição absorvida por uma criança que não se deu conta que sofreu algo que não era dela, e perpetuou isso por anos, se metendo em situações que não pertenciam à ela, e só depois de buscar ajuda, e entendimento que despertou, e entendeu que o prazer em gostar de pessoas que causam dor em nós mesmas, é sinônimo de entender que "opa tem algo errado dentro de mim, vou buscar ajuda". A dopamina: vício em açúcar, vício em comida, vício em jogos, vício em sexo, vício em atividades esportivas em excesso, tudo o que é em excesso, é um tipo de fuga, fuga da realidade, fuga de um sentimento que essa criança apresenta desde cedo, e não teve o entendimento até hoje sobre "isso pode ter cura, sabe?!", a dopamina nada mais é do que um anestésico natural do corpo, provocado por sensações de satisfação, euforia e prazer. A pessoa passa a se viciar, seja lá no que for, para sentir prazer ainda que momentaneamente, como uma forma de fuga daquilo que lhe traz dor, mesmo que inconscientemente. 

A vida não é sobre sentir prazer na dor. 

A vida é para ser vivida e com amor. Hoponopono. Essa criança, hoje adulto, precisa se libertar desse sentimento que não era dela. Já pode se sentir protegida, amada, e respeitada. E pode viver uma vida com muita intensidade, com prazer e positividade, acreditar que pessoas equilibradas não rejeitam o outro. E é preciso muito trabalho, para entender que esse amor vem de dentro pra fora. É com equilíbrio de dentro que a harmonia se irradia para fora, e encontramos prazer em tudo ao nosso redor. Mas antes é preciso pedir ajuda, ao invés de encontrar a proteção fora, por meio de vícios, olhar para dentro. 

Antes de tudo, somos reflexos de um para o outro. Só estamos atraindo o que estamos refletindo. Se dentro está um caos, fora não vai ser diferente. 

Equilíbrio é a palavra-chave. Pedir ajuda é a chave-mestra. 

Pedir ajuda para curar e equilibrar a dor dessa criança ferida para que ela possa sentir prazer na vida e conquistar um brilho em seu olhar.